quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Tsunami em João Pessoa



Tsunami em João Pessoa
Estudiosos da Inglaterra e UFPB estão em busca de respostas sobre a possível catástrofe
                 Uma onda gigante, acima de 50 metros de altura, atingindo o litoral brasileiro, especificamente João Pessoa e destruindo tudo no seu caminho. A cena assustadora não se trata de um filme de Hollywood, mas de uma sombria previsão de cientistas britânicos em estudo com professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O alerta coloca em xeque respostas de alguns estudiosos de ser quase nula a possibilidade de o Brasil ser atingido por um Tsunami. Essa possibilidade concreta existe e foi descoberta em 1996. Terremotos no fundo do mar não é a única razão para o surgimento de ondas devastadoras. Quedas de meteoros e erupções vulcânicas também podem gerar precipitações marítimas. De acordo com cientistas ingleses, no Brasil, que não tem sistema de alarme de tsunami, moradores e turistas seriam pegos de surpresa, repetindo as cenas trágicas que aconteceram na Ásia, em 2004, quando o Sri Lanka foi duramente castigado por ondas de grandes proporções, matando aproximadamente 150 mil pessoas. De acordo com pesquisadores, João Pessoa tem possibilidades de ser atingida por esse triste fenômeno. A explicação dá conta de um vulcão, denominado Cumbre Vieja (Pico Velho), que fica na parte sul da ilha de La Palma, nas Canárias, perto da costa oeste da África. Se entrar em erupção novamente poderá provocar o deslocamento de um pedaço de rocha de alguns quilômetros cúbicos e sua queda no mar. Os fragmentos da rocha devem se espalhar e, conseqüentemente será formado um jato de água gigantesco que se deslocará como uma onda numa velocidade de aproximadamente 500 km por hora por todo o Oceano Atlântico. Em poucos minutos chegará à costa africana e, em pouco mais de 5 horas, atingirá o litoral do Norte e Nordeste brasileiro. Na Universidade Federal da Paraíba tem um grupo de pesquisadores formados para elaborar estudos sobre vulnerabilidades e desastres. O professor em Planejamento e Gestão Geo-Ambiental da UFPB, Paulo Rosa, explicou que ainda não é possível prever quando esse vulcão entrará em erupção. "Com todo o aparato tecnológico ainda não se tem confirmações efetivas, porém, tomando como parâmetro a probabilidade, logo, o fato já ocorreu outras vezes e houve uma grande atividade que gerou terremoto com tsunami em Portugal em 1755, inclusive com grande mortandade de pessoas. Há estudos estatísticos nesse sentido de que a atividade vulcânica no arquipélago das Canárias ocorre mais ou menos de forma cíclica de 200 a 200 anos, logo está, segundo as previsões, com possibilidade de ocorrência daqui para frente", concluiu.

As dúvidas ainda são muitas. O professor Malcom Hart, da Universidade de Plymouth, na Inglaterra, veio recentemente a Paraíba firmar parceria de estudos com a UFPB a fim de buscar respostas possíveis sobre esse tipo de catástrofe na costa nordestina. Paulo Rosa é o responsável pelo intercâmbio de estudos entre os cientistas ingleses e os paraibanos. Através do projeto "Vulnerabilidades e desastres", os pesquisadores pretendem dar continuidade aos estudos. O início para as atividades depende de aprovação do Ministério de Ciências e Tecnologia. "Vamos procurar vestígios de outras evidências de registros de isótopos na camada K (camada orbital do elétron no átomo) em camadas calcarias. Os calcários que melhor guardam esses registros são os denominados de dolo míticos, nesse caso a Paraíba tem esse tipo de minério em diversos pontos do nosso litoral. Num outro momento, caso seja evidenciado registros desse tipo de isótopos em Irídios (elemento químico) incrustados nos calcários se prosseguirá estudos mais contundentes para pressuposições probabilísticas, nesse caso pesquisadores da UFPB - Laboratório de Estatística Aplicada ao Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Leagip) irão juntamente com pesquisadores de Plymouth juntar forças para procederem a cálculos e estimativas para alertar sobre medidas de evacuação", explicou. Segundo Paulo Rosa outro trabalha de extrema importância está vinculado à visualização científica. Nesse caso pesquisadores do Laboratório de Tecnologias para Ensino Virtual e Estatístico (LABTVE) e do Núcleo de Documentação Histórica e Informação Regional (NDHIR) irão procurar ilustrar com animação computacional e os dados coletados, tratados e analisados, ou seja, será criada uma base de informação através de inteligência artificial para facilitar a compreensão da sociedade sobre esse fenômeno assustador pelo qual poderá sofrer parte do litoral nordestino.

Primeiro Caderno | Dia-a-dia
Edição de domingo, 4 de outubro de 2009 

Tsunami em João Pessoa
Estudiosos da Inglaterra e UFPB estão em busca de respostas sobre a possível catástrofe
Jailma Simone //
jailmasimone.pb@diariosassociados.com.br


FONTE: http://www.jornalonorte.com.br/2009/10/04/diaadia2_0.php

Um comentário:

  1. Já tinha ouvido falar por alto esses comentários, mas lendo agora fica mais esclarecido, chega ser aterrorisante principalmente por pertencer a esta cidade .Nossa só de pensar nas cenas vistas a poucos dias na ilha de Upolu ,na Samoa,no Pacífico onde uma paraibana foi vítima, dá para ter uma idéia de como será essa catástrofe .Resta agora acompanhar os estudos e torcer para que estudiosos encontrem soluções para amenizar já que não podemos ir de encontro a fúria da natureza.Obrigada por divulgar matérias imformativas.Um grande abraço.

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